GDA #2 - A MÁQUINA DE ENSINAR de SKINNER e sua RELEVÂNCIA para o futuro do ensino
Como a Gamificação e a Tecnologia podem gerar melhores alunos!
Ao longo da faculdade de Jogos eu havia notado algo muito interessante e peculiar: Era muito mais fácil aprender qualquer coisa sobre um jogo do que as matérias que tive no Ensino Médio. E o mais interessante: Nós jogadores muitas vezes nos esforçamos muito mais para entender o jogo do que para algo que deveria ser mais importante, estudar. Mas por que isso acontece? Bom se você tem esta curiosidade, é hora de descobrir!
PRA COMEÇAR: A MÁQUINA DE ENSINAR DE SKINNER?
B.F. Skinner foi um psicólogo norte-americano e um dos principais nomes do Behavorismo. Há muito tempo, Skinner havia proposto uma máquina que poderia revolucionar o ensino na época chamada de “Teaching Machine”.
Apesar de se fazer muito tempo, as premissas do projeto são extremamente relevantes para a evolução do sistema de ensino e elas casam perfeitamente com a gamificação.
Mas como isso explica que jogar é mais interessante do que estudar?
Pra começar, tudo está relacionado com Feedback. Nas salas de aula, tudo o que o aluno faz é totalmente subjetivo. Até a forma como interpreta o que o professor fala. Por mais que haja os exercícios para os alunos fazerem, os professores acabam demorando para verificar se está certo o que cada aluno fez ou corrige na lousa não entendendo a dificuldade de cada um. E isso não é problema especificamente do professor. Meu antigo professor de Ferramentas para Desenvolvimento de Jogos já dizia: “Para que um aluno se desenvolva adequadamente, é necessário que haja praticamente um professor para cada um”. Pois a medida que o estudante for resolvendo os desafios, haveria alguém do seu lado orientando e compreendendo exatamente o problema dele. Mas sabemos que isso é extremamente difícil. E deixando que as frustrações e a dificuldade de interpretar seus próprios problemas, acabem gerando desinteresse por parte das crianças e adolescentes pelas matérias.
Fazendo um paralelo com o mundo lúdico, cada ação do jogador acarreta em uma consequência. A experiência delas são dadas por tentativas e erros, o que desenvolve um senso de interesse, curiosidade pelo desconhecido e aprendizado através da tentativa e erro.
Mas a culpa é do aluno que não se esforça!
A verdade é que existem alunos que tem dificuldades em muitas coisas ao longo do ensino fundamental, médio e até mesmo na faculdade. E isso não tem haver necessariamente com preguiça, mas pode ter haver em como criar interesse neles. É muito fácil perceber quem tem mais facilidade em matérias de humanas, exatas ou biológicas e este tipo de facilidade pode fazer com que ele deva se esforçar muito mais para aprender algo que não gosta do que se especializar naquilo que gosta. Este tipo de situação pode gerar subjetivamente a sensação de “As coisas das quais gosto, não são relevantes” e assim levar a gostar menos de estudar.
Afinal… o quê é mais importante: Ser razoável em tudo ou ser especialista no que mais te interessa?
Então jogos educativos podem resolver o problema
Não necessariamente. Os jogos precisam acima de tudo, serem interessantes por si só como jogo. Ser educativo precisa ser uma proposta tangencial, que eventualmente se o jogo cumprir a sua proposta de cativar os alunos, elas irão aprender alguma coisa. Um bom exemplo disso são jogos e filmes de ação sobre guerras ou relatos históricos interessantes, tais como: Assassin’s Creed, Call Of Duty e filmes como O Resgate do Soldado Ryan e Dunkirk. A principal proposta deles é nos entreter. Eventualmente conforme formos nos interessando, pesquisamos cada vez mais sobre a história e suas curiosidades.
Então… O que fazer para tornar o estudo mais interessante?
Com base no que foi dito, segue algumas dicas de como melhorar a experiência dos alunos na sala de aula:
- Conversar
Ter uma conversa franca com cada um. Entender suas expectativas, onde querem chegar, suas habilidades e suas dificuldades. Compreender cada aluno e os tratar como indivíduos é o primeiro passo para se interessarem pelo que irão aprender.
2. Metas
Depois de compreender cada um, criar metas correspondentes com as expectativas deles. Cada passo dado, os tornam mais próximos de chegarem onde querem. Seja passar no vestibular, concurso público ou mesmo simplesmente ir melhor nas matérias que tem dificuldade. Entenda: Cada um teu seu próprio tempo para aprender.
3. Ação Voluntária
Propor desafios que façam eles se interessar pelo problema. Os alunos que estiverem engajados com a matéria poderão tentar encontrar uma solução com aqueles que tem dificuldade e assim gerar um trabalho em equipe. Mas fique sempre atento para ver como todos estão atuando. O objetivo aqui é que todos cheguem em uma solução, mesmo com suas diferenças.
4. Feedback
Sempre que você desafiar seus alunos, dê feedback. Seja ele bom ou ruim. E dê dicas do que fazer para melhorar, indique sites. Faça como um amigo que viu algo muito legal na internet e compartilha pra galera ver. Mas sobre assuntos que podem interessar. Os feedbacks vão ter efeitos motivacionais e mesmo que fiquem chateados, você saberá exatamente o que está afetando eles e assim melhorar as suas chances de reverter o problema. E PRINCIPALMENTE: Mostre de alguma forma, se possível visual, de como cada problema resolvido o faz ficar mais próximo de seu objetivo.
5. Regras
Estipular regras claras para tudo. Desde comportamento, até dicas da melhor maneira de resolver os problemas. Regras claras evitam frustrações e é sempre bom estarem visíveis para que todos se lembrem. Pode parecer meio brega, mas necessário para ninguém se sentir injustiçado.
BÔNUS MATERIAL
Regra Final: Ensine a Aprender
Para todos que tiveram paciência de ler este artigo, darei a regra final e essencial para melhorar a vida de seus alunos: Os ensine a aprender. Não importa se o aluno é o mais inteligente ao mais devagar, todos precisam saber o segredo para se abrir a cabeça e aprender coisas novas. A Maior dificuldade do nosso século é que é preciso aprender e desaprender as coisas muito rapidamente e isso pode afetar o autoestima de muita gente. Mas para aqueles que aprenderem a gostar de estudar e de reter conhecimento, isto não será problema.
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